Hoje Portugal tremeu e não é do frio. Foi mesmo um terramotozito (ou dois, para ser mais correcto). Segundo a Rádio Renascença (RR), «as regiões Centro e Sul do país foram onde mais se sentiram os dois abalos» cujo epicentro se situou a sudeste de Mora, Alentejo, «mas foram sentidos ainda noutros locais, como Montemor-o-Novo, Leiria e Lisboa».
Isto só vem provar que somos um país preso por arames. Basta um participante do Lisboa-Dakar acelerar a fundo e esta bosta treme toda.
O título é uma homenagem aos famosos títulos à la RR: três chapadas e está a andar!
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Vida difícil
Hoje, enquanto almoçava, vi que uma das notícias do Jornal da Tarde, da SIC, era o aumento dos preços no ano que se adivinha. E? Não é o mesmo todos os anos? É o ciclo natural das coisas! Como diria o anúncio, eu ainda sou do tempo em que o maço de Marlboro não chega aos 300 paus (para os da nova geração, isto quer dizer «não chegava a € 1,5»). Os preços aumentam, os salários também (mas admito que este último aumento possa ser um pouco inferior, e daí a perda do poder de compra). No entanto, o chato nisto tudo é que, mais uma vez, vamos ter o belo do portuga a queixar-se que «isto está muito mal».
Querem compreender a razão porque toda a gente se queixa? Quando os órgãos de comunicação social entrevistarem pessoas acerca do aumento do custo de vida, façam também as seguintes perguntas:
- Tem telemóvel? É o último modelo?
- Tem TV por cabo? Tem todos os canais?
- Tem automóvel? Evita os transportes públicos?
- No supermercado compra produtos com a desculpa de «um dia não são dias» e «a malta tem que se mimar»?
- Contraiu (tal como no caso das doenças) algum crédito para férias?
Na sua grande maioria, as respostas serão sempre «sim». E depois queixam-se da vida difícil…
Querem compreender a razão porque toda a gente se queixa? Quando os órgãos de comunicação social entrevistarem pessoas acerca do aumento do custo de vida, façam também as seguintes perguntas:
- Tem telemóvel? É o último modelo?
- Tem TV por cabo? Tem todos os canais?
- Tem automóvel? Evita os transportes públicos?
- No supermercado compra produtos com a desculpa de «um dia não são dias» e «a malta tem que se mimar»?
- Contraiu (tal como no caso das doenças) algum crédito para férias?
Na sua grande maioria, as respostas serão sempre «sim». E depois queixam-se da vida difícil…
terça-feira, dezembro 27, 2005
Paralisia
Entrar no comboio e apanhar um lugar sentado é uma aventura de empurrões e atropelos, chegando a roçar a violência física. É uma horda de gente sem educação, que diz “quaisqueres” e “há-des”, e que ganha o seu dia se for com a peida sentada. Nem que para isso tenham que atropelar a mulher que tenta entrar com os dois filhos, um deles pela mão o outro ainda no carrinho.
Esta urgência matinal fez-me lembrar algo a que assisti. Esperava pela camioneta que me haveria de levar à estação (isto porque ainda não era um porco capitalista… hoje vou de carro). Não existiam filas para entrar, mas tínhamos uma noção de quem estava primeiro e quem estava em último. Chega então um tipo de “meia-idade avançada”, para não o chamar de velho, acompanhado por duas características muletas.
Quando chegou a camioneta o tipo fez questão de passar à frente de todos. Até aqui tudo bem, uma vez que ele tinha uma certa idade e estava incapacitado. O problema é que a camioneta ia cheia e ele fez questão de entrar aos empurrões (algo que a sua “incapacidade” não o proibia de fazer), dizendo em alto e bom som: «eu tenho que me sentar!» e «deixem-me passar». Como é óbvio, intercalava estas duas frases com um característico «ai».
Lá conseguiu o lugar, por sinal um dos reservados. Sentou-se ao lado de um tipo novo, também ele, curiosamente, com as suas muletas. E é então que começa a festa. Como qualquer portuga daquela idade, começou a partilhar a história da sua desgraça com todos os presentes. Também as queixas eram constantes, ou não fosse essa outra característica intrínseca à malta que ainda não se habitou à ideia de que Salazar já morreu. Lembro-me dele dizer algo como «o médico disse que tive muita sorte, que podia ter perdido uma perna» e «foi um acidente de carro em que nem ia muito depressa». Parece uma contradição mas não duvido, uma vez que por vezes os acidentes mais absurdos são aqueles que nos trazem maiores dissabores.
O velho, ou o tipo de “meia-idade avançada”, falava directamente para a pessoa sentada em frente dele, mas com um tom de voz para todos escutarmos. Até que começa a aperceber-se que o tipo ao lado dele (o tal mais novo) também tem as suas muletas. Conclusão imediata: vou meter conversa com este para chorarmos as nossas mágoas e culparmos o Governo.
Pergunta-lhe então:
- E você? O que é que lhe aconteceu? Foi acidente?
- Não.
- Então foi o quê?
- É paralisia infantil.
(o velho, ou o tipo de “meia-idade avançada”, podia ter parado por aqui, mas resolveu enterrar-se mais um pouco)
- Pois… E tem isso há muito tempo?
- Desde pequeno…
Resumindo: ficou com cara de tacho e nunca mais abriu o bico.
Esta urgência matinal fez-me lembrar algo a que assisti. Esperava pela camioneta que me haveria de levar à estação (isto porque ainda não era um porco capitalista… hoje vou de carro). Não existiam filas para entrar, mas tínhamos uma noção de quem estava primeiro e quem estava em último. Chega então um tipo de “meia-idade avançada”, para não o chamar de velho, acompanhado por duas características muletas.
Quando chegou a camioneta o tipo fez questão de passar à frente de todos. Até aqui tudo bem, uma vez que ele tinha uma certa idade e estava incapacitado. O problema é que a camioneta ia cheia e ele fez questão de entrar aos empurrões (algo que a sua “incapacidade” não o proibia de fazer), dizendo em alto e bom som: «eu tenho que me sentar!» e «deixem-me passar». Como é óbvio, intercalava estas duas frases com um característico «ai».
Lá conseguiu o lugar, por sinal um dos reservados. Sentou-se ao lado de um tipo novo, também ele, curiosamente, com as suas muletas. E é então que começa a festa. Como qualquer portuga daquela idade, começou a partilhar a história da sua desgraça com todos os presentes. Também as queixas eram constantes, ou não fosse essa outra característica intrínseca à malta que ainda não se habitou à ideia de que Salazar já morreu. Lembro-me dele dizer algo como «o médico disse que tive muita sorte, que podia ter perdido uma perna» e «foi um acidente de carro em que nem ia muito depressa». Parece uma contradição mas não duvido, uma vez que por vezes os acidentes mais absurdos são aqueles que nos trazem maiores dissabores.
O velho, ou o tipo de “meia-idade avançada”, falava directamente para a pessoa sentada em frente dele, mas com um tom de voz para todos escutarmos. Até que começa a aperceber-se que o tipo ao lado dele (o tal mais novo) também tem as suas muletas. Conclusão imediata: vou meter conversa com este para chorarmos as nossas mágoas e culparmos o Governo.
Pergunta-lhe então:
- E você? O que é que lhe aconteceu? Foi acidente?
- Não.
- Então foi o quê?
- É paralisia infantil.
(o velho, ou o tipo de “meia-idade avançada”, podia ter parado por aqui, mas resolveu enterrar-se mais um pouco)
- Pois… E tem isso há muito tempo?
- Desde pequeno…
Resumindo: ficou com cara de tacho e nunca mais abriu o bico.
segunda-feira, dezembro 26, 2005
Rumo à vitória!
Cavaco Silva, o candidato à Presidência da República, afirma num dos seus cartazes que: «sei que Portugal pode vencer». Confusão tremenda. Consegue juntar numa mesma frase uma certeza – o “sei” – com uma suposição – o “pode”. É a mesma coisa que eu dizer «sei que um dia posso ser rico» ou «sei que, se não chover amanhã, pode fazer sol».
Resumindo e concluindo: ele tem a certeza que, se calhar, Portugal ainda vence. Eu por mim, acredito piamente que Portugal vai ganhar. Basta obter um bom resultado no jogo inaugural com Angola…
Resumindo e concluindo: ele tem a certeza que, se calhar, Portugal ainda vence. Eu por mim, acredito piamente que Portugal vai ganhar. Basta obter um bom resultado no jogo inaugural com Angola…
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Senhora em boas condições
No café da estação da Póvoa está colocado um anúncio a alugar um quarto. Diz o seguinte, ou seja, com esta mesma ausência de pontuação:
«Aluga-se quarto a homem ou senhora
Em boas condições».
Daqui concluo que qualquer tipo de homem pode alugar o quarto, mas senhoras em más condições não!
«Aluga-se quarto a homem ou senhora
Em boas condições».
Daqui concluo que qualquer tipo de homem pode alugar o quarto, mas senhoras em más condições não!
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Está tudo lixado!
Ao vir do almoço parei, como sempre, à porta da empresa a fumar o último cigarro antes de entrar. Reparei num carro onde estavam dois tipos com um ar bastante suspeito, tanto que a determinada altura pensei que eram assaltantes. Ainda para ajudar a esta convicção, um dos “larápios” tinha algo em cima do colo que eu não conseguia ver o que era.
Só quando saíram é que reparei. Eram os tipos que estão a fazer a remodelação de um apartamento no edifício. O tal “algo” que um deles tinha no colo era uma lixadeira eléctrica… Ainda assim, imaginei-os a entrarem um banco, com máscaras, e a gritarem em alto e bom som, enquanto brandiam a lixadeira: «tá tudo a deitar no chão e a passar o dinheirinho senão lixo-vos a todos!».
Só quando saíram é que reparei. Eram os tipos que estão a fazer a remodelação de um apartamento no edifício. O tal “algo” que um deles tinha no colo era uma lixadeira eléctrica… Ainda assim, imaginei-os a entrarem um banco, com máscaras, e a gritarem em alto e bom som, enquanto brandiam a lixadeira: «tá tudo a deitar no chão e a passar o dinheirinho senão lixo-vos a todos!».
Mau feitio
Tomo o pequeno-almoço num café onde o chefe é um maldisposto crónico. É que o homem refila sempre com os outros empregados, que parecem nunca fazer nada de jeito. Talvez seja essa a razão pela qual já lá vi cinco colaboradores diferentes.
O que é que ele ganha sendo assim? Tudo, senão vejamos: cabelos brancos, stress, rugas, úlceras, queda de cabelo, falta de vista, diarreia ou obstipação, ataques de ansiedade, etc., etc.
O que é que ele ganha sendo assim? Tudo, senão vejamos: cabelos brancos, stress, rugas, úlceras, queda de cabelo, falta de vista, diarreia ou obstipação, ataques de ansiedade, etc., etc.
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Bola baixa que o Pai Natal é anão!
Na urbanização onde vivo existem dezenas de pequenos Pais Natais pendurados nas janelas. Daqui só me resta tirar algumas conclusões: o Pai Natal é anão e tem clones por todo o lado. Além disso, tem um saco de prendas mínimo que, se não for como a maleta do Sport Billy, vai fazer muita criança infeliz nesta quadra.
Para o ano que vem vou aderir à moda. No entanto, como gosto que as coisas decorativas tenham alguma utilidade, vou pendurar um presunto com um barrete. Assim, quando chegar o Dia de Reis, sempre me contento com umas sandes.
Para o ano que vem vou aderir à moda. No entanto, como gosto que as coisas decorativas tenham alguma utilidade, vou pendurar um presunto com um barrete. Assim, quando chegar o Dia de Reis, sempre me contento com umas sandes.
Eles olham para a direita e pisca-pisca…
A descoberta da electricidade foi algo de maravilhoso. Se não tivéssemos electricidade, como é que funcionava a televisão? À manivela? Se calhar até seria uma boa ideia, uma vez que a caixa mágica deixava de ser a grande culpada para a inércia característica do mundo moderno. Imaginem o cenário em que o médico nos diz «pois é senhor Horácio, temos uma barriguinha de impor respeito. Vou ter que lhe receitar três horas de TV por dia…». Mas já estou a desviar-me do assunto principal.
Dizia eu que a electricidade é uma coisa maravilhosa, mas chega ao Natal e desejo, ardentemente diga-se, que a porra das luzes natalícias se fundam todas (e f… também). Não aguento mais ver um «Boas Festas» ou um «Feliz Natal» intermitente. Para onde quer que me vire só vejo aquela merda a piscar. Já chega! Por favor, que parem e mudem de faixa logo!
A acrescentar à beleza do “pisca-pisca” temos os desenhos artísticos. É o Pai Natal, as renas, os anjinhos, os sinos, os laços, os Jesus, as “coisas” (aquilo que não sabemos bem o que é), as fitinhas, as estrelas… Anda sempre à volta disto. Fico à espera de inovações para o ano que vem. No entanto, julgo que posso esperar sentado.
Dizia eu que a electricidade é uma coisa maravilhosa, mas chega ao Natal e desejo, ardentemente diga-se, que a porra das luzes natalícias se fundam todas (e f… também). Não aguento mais ver um «Boas Festas» ou um «Feliz Natal» intermitente. Para onde quer que me vire só vejo aquela merda a piscar. Já chega! Por favor, que parem e mudem de faixa logo!
A acrescentar à beleza do “pisca-pisca” temos os desenhos artísticos. É o Pai Natal, as renas, os anjinhos, os sinos, os laços, os Jesus, as “coisas” (aquilo que não sabemos bem o que é), as fitinhas, as estrelas… Anda sempre à volta disto. Fico à espera de inovações para o ano que vem. No entanto, julgo que posso esperar sentado.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Equilíbrio
Ontem preparava um post sobre como o dia me estava a correr bem. Eram só boas notícias, como o facto da minha moça chegar de férias e uma grande amiga ver-se livre da sua “monotonia desempregante”. A determinada altura tinha escrito que, como tudo na vida tem o seu equilíbrio, alguma coisa chata me deveria acontecer.
Acabei por deitar fora esse rascunho, com algum receio que a sua publicação implicasse a chegada da “batelada” negativa. De nada me valeu, uma vez que demorei cerca de 3 horas a chegar a casa. Bem sei que não é algo assim tão dramático, mas é desesperante estar preso dentro de um comboio, de pé, sem conseguir ir a lado nenhum e com o compromisso de ir ao aeroporto resgatar as viajantes por terras francófonas. Quando cheguei a casa, peguei no carro e fui para a Portela. Aí jantei uma sanduíche, pela qual paguei um preço irreal. Um stress danado, mas que desapareceu quando ela chegou.
Resumindo: o dia foi uma montanha-russa, mas terminou bem e sem enjoos.
Acabei por deitar fora esse rascunho, com algum receio que a sua publicação implicasse a chegada da “batelada” negativa. De nada me valeu, uma vez que demorei cerca de 3 horas a chegar a casa. Bem sei que não é algo assim tão dramático, mas é desesperante estar preso dentro de um comboio, de pé, sem conseguir ir a lado nenhum e com o compromisso de ir ao aeroporto resgatar as viajantes por terras francófonas. Quando cheguei a casa, peguei no carro e fui para a Portela. Aí jantei uma sanduíche, pela qual paguei um preço irreal. Um stress danado, mas que desapareceu quando ela chegou.
Resumindo: o dia foi uma montanha-russa, mas terminou bem e sem enjoos.
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Ratos humanos
Segundo uma notícia do Portugal Diário, um grupo de cientistas japoneses e norte-americanos conseguiu que «células estaminais embrionárias humanas injectadas em cérebros de fetos de ratinhos se desenvolvessem e convertessem em células cerebrais com funcionamento normal».
Daqui só uma conclusão: o Walt Disney era um visionário. Não se admirem se um dia virem pela rua um pato de cartola…
E sim, mais um dia daqueles e daí o devaneio por outras paisagens virtuais que não só trabalho.
Estamos cada vez mais perto disto:
Daqui só uma conclusão: o Walt Disney era um visionário. Não se admirem se um dia virem pela rua um pato de cartola…
E sim, mais um dia daqueles e daí o devaneio por outras paisagens virtuais que não só trabalho.
Olha que eu vou-me a ti!
O que eu detesto as frases batidas e as piadas formatadas para serem aceites por todos. Falo daquelas “coisas” que normalmente são utilizadas por aspirantes a humoristas, pessoas que se vêem como sendo bem dispostas e homens das obras.
Hoje de manhã, no café, ouvi a célebre «olha que eu vou-me a ti e fico todo negro». E ambos esboçaram um sorriso, emitindo um som gutural que depreendi ser riso. Porquê? Que porra é essa? Mas tem alguma piada? Alguém me explica o que existe de engraçado? Será por ter a ameaça e o reconhecimento do maior poderio do outro na mesma frase? Será que o tipo que falou é masoquista e quer mesmo ficar todo negro? No entanto, neste caso, deveria ter esboçado um gemido de prazer ao pensar nos “processos” que lhe iriam dar outra cor à pele. Não percebo…
Hoje de manhã, no café, ouvi a célebre «olha que eu vou-me a ti e fico todo negro». E ambos esboçaram um sorriso, emitindo um som gutural que depreendi ser riso. Porquê? Que porra é essa? Mas tem alguma piada? Alguém me explica o que existe de engraçado? Será por ter a ameaça e o reconhecimento do maior poderio do outro na mesma frase? Será que o tipo que falou é masoquista e quer mesmo ficar todo negro? No entanto, neste caso, deveria ter esboçado um gemido de prazer ao pensar nos “processos” que lhe iriam dar outra cor à pele. Não percebo…
terça-feira, dezembro 13, 2005
Beberete
Hoje, no emprego, recebi um convite para assistir ao lançamento de um livro. Até aqui nada de extraordinário, mas no fim do texto surge a expressão «será servido um beberete». Beberete? No entanto, com a alternativa «cocktail» a coisa também não foge do mesmo. Numa tradução do inglês, muito livre entenda-se, seria algo como «a cauda da pila». Daqui só posso tirar uma conclusão: beberetes e cocktails é coisa duvidosa do ponto de vista heterossexual. Mas não é isso que me incomoda. Só me chateia é nunca ter visto um convite terminar com a seguinte expressão: «no fim da seca da apresentação vamos todos para os copos».
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Táxis no feminino
Hoje resolvi comentar uma notícia que vi aqui. Apesar dos aditamentos jocosos, é uma iniciativa de louvar. Cá vai.
Serviço de táxis só para mulheres
O Ministério do Turismo da Índia inaugurou hoje um serviço de táxis gerido por mulheres e que só transportará mulheres, de modo a garantir a sua segurança e dar trabalho às jovens indianas.
Se fosse em Portugal isto não resultava. Táxis e segurança é algo que não combina muito bem.
O novo serviço de táxis, que se chama "Priyadarshini", nome por que era conhecido a falecida primeira-ministra Indira Gandhi, iniciou-se hoje no terminal do aeroporto de Nova Deli.
Por aqui seria algo como ter um serviço de nome “Pintassilgo” a sair da Portela, ou da Ota, ou de Alverca… Depende de para onde vai o aeroporto.
Nove táxis brancos, com o logotipo e fotos da campanha turística "A Incrível Índia", serão conduzidos por jovens vestidas com trajes ocidentais.
Um importante aeroporto de um dos mais populosos países do mundo. Resultado? Nove táxis!
As motoristas receberam formação em defesa pessoal, mecânica, inglês e História da Índia.
Defesa pessoal e mecânica: dar um enxerto de porrada com uma chave-inglesa.
A iniciativa foi tomada depois de, no ano passado, terem ocorrido vários incidentes violentos com mulheres que viajaram sozinhas para a capital indiana, onde todos os taxistas e condutores de outros serviços públicos são homens, não sendo habitual ver mulheres na rua depois do pôr-do-sol.
Não é habitual ver mulheres na rua depois do pôr-do-sol... Tal como nas florestas da Amazónia, também na Índia os predadores saem à noite.
"Esta iniciativa é um esforço para demonstrar às mulheres que há uma carreira para além da cozinha", disse a ministra indiana do Turismo, Renuka Choudhuri.
Ainda existem (e quer parecer-me que vão continuar a existir) países onde as mulheres “servem” apenas para a cozinha, o tanque, a casa e os filhos. E é uma mulher a dizer isto.
"Agora, elas podem imprimir a sua identidade à indústria turística e aceder à independência económica", acrescentou. O serviço de Priyadarshini deverá ser estendido proximamente a Bombaim e a Hyderabad.
«Agora elas podem ter independência económica». Todas as gerações de mulheres indianas sonhavam com isto: conduzir um táxi para ganhar uns trocos. Agora, nove “sortudas” conseguiram-no.
Embora, por ora, só possa ser utilizado por estrangeiras, futuramente deverá alargar-se às indianas.
Resumindo: as mulheres indianas podem ser atacadas, mas as estrangeiras nunca. E se o «futuramente» for como aqui no burgo, talvez o serviço seja alargado quando os táxis voarem.
Serviço de táxis só para mulheres
O Ministério do Turismo da Índia inaugurou hoje um serviço de táxis gerido por mulheres e que só transportará mulheres, de modo a garantir a sua segurança e dar trabalho às jovens indianas.
Se fosse em Portugal isto não resultava. Táxis e segurança é algo que não combina muito bem.
O novo serviço de táxis, que se chama "Priyadarshini", nome por que era conhecido a falecida primeira-ministra Indira Gandhi, iniciou-se hoje no terminal do aeroporto de Nova Deli.
Por aqui seria algo como ter um serviço de nome “Pintassilgo” a sair da Portela, ou da Ota, ou de Alverca… Depende de para onde vai o aeroporto.
Nove táxis brancos, com o logotipo e fotos da campanha turística "A Incrível Índia", serão conduzidos por jovens vestidas com trajes ocidentais.
Um importante aeroporto de um dos mais populosos países do mundo. Resultado? Nove táxis!
As motoristas receberam formação em defesa pessoal, mecânica, inglês e História da Índia.
Defesa pessoal e mecânica: dar um enxerto de porrada com uma chave-inglesa.
A iniciativa foi tomada depois de, no ano passado, terem ocorrido vários incidentes violentos com mulheres que viajaram sozinhas para a capital indiana, onde todos os taxistas e condutores de outros serviços públicos são homens, não sendo habitual ver mulheres na rua depois do pôr-do-sol.
Não é habitual ver mulheres na rua depois do pôr-do-sol... Tal como nas florestas da Amazónia, também na Índia os predadores saem à noite.
"Esta iniciativa é um esforço para demonstrar às mulheres que há uma carreira para além da cozinha", disse a ministra indiana do Turismo, Renuka Choudhuri.
Ainda existem (e quer parecer-me que vão continuar a existir) países onde as mulheres “servem” apenas para a cozinha, o tanque, a casa e os filhos. E é uma mulher a dizer isto.
"Agora, elas podem imprimir a sua identidade à indústria turística e aceder à independência económica", acrescentou. O serviço de Priyadarshini deverá ser estendido proximamente a Bombaim e a Hyderabad.
«Agora elas podem ter independência económica». Todas as gerações de mulheres indianas sonhavam com isto: conduzir um táxi para ganhar uns trocos. Agora, nove “sortudas” conseguiram-no.
Embora, por ora, só possa ser utilizado por estrangeiras, futuramente deverá alargar-se às indianas.
Resumindo: as mulheres indianas podem ser atacadas, mas as estrangeiras nunca. E se o «futuramente» for como aqui no burgo, talvez o serviço seja alargado quando os táxis voarem.
sábado, dezembro 10, 2005
Home Alone
Sou do tipo caseiro. Não é que seja produto artesanal, mas gosto de ficar por casa. Claro que também gosto de sair e apanhar ar ou o fresco da noite, mas as confusões, o trânsito, a bosta nos passeios, a falta de infra-estruturas em muitos locais, o pivete da ETAR junto ao belo jardim do Parque das Nações… enfim, mil e uma coisas levam a que muitas vezes me arrependa de sair do meu “castelo”. E sim, sou um tanto ou quanto paranóico.
Sendo eu um tipo que tanto gosta de ficar por casa, porque raio é que agora não aguento mais? É que estou sozinho, e isto vai durar quase uma semana. A minha moça foi de férias. Como tinha uns dias para tirar até ao fim do ano, e uma vez que eu ainda não posso ir de vacaciones, ela aproveitou e com a irmã visitam Paris neste preciso momento.
E eu aqui. Sozinho em casa tal como o puto-com-nome-esquisito-cujo-filme-dá-sempre-no-Natal e a sentir a falta dela. Pareço um parvalhão a andar de um lado para o outro sem sentido nenhum. Solução? Sair? Já tentei e não deu resultado. Resta esperar que volte.
Sendo eu um tipo que tanto gosta de ficar por casa, porque raio é que agora não aguento mais? É que estou sozinho, e isto vai durar quase uma semana. A minha moça foi de férias. Como tinha uns dias para tirar até ao fim do ano, e uma vez que eu ainda não posso ir de vacaciones, ela aproveitou e com a irmã visitam Paris neste preciso momento.
E eu aqui. Sozinho em casa tal como o puto-com-nome-esquisito-cujo-filme-dá-sempre-no-Natal e a sentir a falta dela. Pareço um parvalhão a andar de um lado para o outro sem sentido nenhum. Solução? Sair? Já tentei e não deu resultado. Resta esperar que volte.
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Vai morrer longe!
Nas minhas deambulações virtuais encontrei uma notícia no Portugal Diário que me despertou um sorriso. Diz o título «Autarca apresenta lei que proíbe mortes na sua cidade». Ou seja, e em português corrente, «vai morrer longe!». Se a moda pega, ainda vamos ter gente a pegar nos ditos populares e aplicá-los na prática. Eu, por via das dúvidas, nunca mais vou dizer, quando irritado, o célebre portuga «cara#£@s me fo£@m!». Nunca mais. Chiça!
quarta-feira, dezembro 07, 2005
CHEQUEO SISTEMA
Mais uma vez, o pequeno LCD do comboio da Linha de Cascais a fazer das suas. Hoje de manhã aparecia a mensagem que está no título. O que quererá dizer? Presumo que é algo como “Verifique o sistema porque esta porra não diz coisa com coisa”. À falta de espaço ficou o “brasileiro” «CHEQUEO SISTEMA». Assim mesmo, mal escrito e tudo.
terça-feira, dezembro 06, 2005
Eu é que sou o Presidente!
Hoje, enquanto esperava o comboio na estação de Alcântara-Terra, comecei a pensar nas presidenciais que se avizinham (ou não, uma vez que ainda falta mais de um mês).
Apesar de existir um verdadeiro rol de interessados no Palácio de Belém, com o crónico Garcia Pereira no pelotão dos pequeninos, a luta interessa entre três dos candidatos: Alegre, Cavaco e Soares, ou seja, o Manel, o Salazarento e o Bolorento. Acho que por isto já se descobriu onde vou colocar a cruzinha…
Apesar de existir um verdadeiro rol de interessados no Palácio de Belém, com o crónico Garcia Pereira no pelotão dos pequeninos, a luta interessa entre três dos candidatos: Alegre, Cavaco e Soares, ou seja, o Manel, o Salazarento e o Bolorento. Acho que por isto já se descobriu onde vou colocar a cruzinha…
Subscrever:
Mensagens (Atom)