segunda-feira, julho 31, 2006

Belogues

(Este é um post publicitário e virado para o meu umbigo. Não precisam de ler.)

Quando comecei com esta treta de escrever e partilhar, vulgo “belogar”, não pensei ficar tão vidrado nisto. Resultado de 4 horas diárias perdidas (ou ganhas, depende do ponto de vista) nos transportes públicos, o certo é que a vontade de “escrevinhar” umas coisas é cada vez maior. E as ideias vão surgindo.

Uma vez disseram-me que era sueco. Não pelo cabelo louro ou olho azul, que não tenho, mas pela rigidez em seguir a norma e evitar o desvio não regulamentado. O facto é que isso me impede de ter um blog tutti-fruti. O mais variado é este que aqui está, e que foi o início de tudo. Depois, foram surgindo outras formas de estimular e desafiar a criatividade que todos temos. Tive então algumas ideias que não cabiam aqui, tal a minha necessidade de ter tudo arrumado por prateleiras (algo que não se reflecte nas verdadeiras prateleiras lá de casa, mas isso é outra conversa…). Cheguei à conclusão que precisava de um blog para cada linha orientadora de escrita. E assim cheguei aos quatro (sem contar com este). Cá estão eles:

  • O Lado Puto – Primeiro projecto alternativo. Dá-me um gozo tremendo vestir este papel, até porque todos temos uma criança dentro de nós. Na essência sou eu com uns 5/6 anos que escrevo sobre aquilo que me rodeia. Tem muitas coisas minhas (das quais me lembro de quando era puto), e outras que não são nada a minha cara.

  • A Origem dos Provérbios – O segundo a surgir. Uma conversa no messenger deu-me esta ideia. Comecei a escrever o provérbio «em casa de ferreiro, espeto de pau» e conforme ia “teclando” lia «em casa do Ferreira espeto-te o pau». Aqui explica-se a origem de alguns dos nossos provérbios. Ainda são poucos e aceitam-se sugestões de provérbios a incluir.

  • Nós Por Cá Todos Bem – Terceiro na linha, surgido por altura dos Provérbios. Não é meu, é nosso, ou seja, escrito por mim e por um certo “gato escaldado”. Cada um assume o seu papel: ela é a prima que emigrou para a cidade, eu sou o primo que fiquei na aldeia. Escrevemos um ao outro quando nos apetece.

  • Piropos Fatelas – Quarto e último (por enquanto?). Uma colega minha, volta e meia, pede para lhe dizer um piropo. E eu descobri que também os conseguia inventar. Uns mais ordinários que outros, mas tudo da minha autoria.

Escrevo neles quando me apetece. Não tenho obrigações. Se não escrever num há mais de um mês, isso não significa que ele morreu. A inspiração é como a caganeira: quando menos se espera, ataca-nos com toda a força.

terça-feira, julho 25, 2006

A Secco

Deborah Secco é uma conhecida actriz brasileira. Ao que parece, para o seu próximo papel na novela “Pé na Jaca”, irá interpretar uma freira virgem e má. Para melhor encarnar na personagem, e experimentar o desconforto (digo eu) da castidade, o realizador Ricardo Waddington aconselhou-a a ficar 60 dias sem sexo.

Assim, nos próximos dois meses a senhora ficará conhecida como Deborah A Secco…

Arrasada!

Ontem, um homem a contar a outro o que aconteceu a um amigo comum: «eh pá, e depois o gajo tropeçou e caiu. Ficou com a perna toda arrasada».

Acho que ele queria dizer «arranhada»…

segunda-feira, julho 17, 2006

Morenas

As colegas de trabalho estão a chegar de férias. Vêm com a conversa de «estás tão branco!». Praia é difícil para mim.

Vingança: sair com a frase «e tu estás moreninha, com aquela cor estilo diarreia diluída». Ninguém gostou não sei porquê…

quinta-feira, julho 13, 2006

Sai um galã para a mesa do fundo

No café onde como o pequeno-almoço os empregados nunca são os mesmos de mês para mês. Agora, a servir às mesas, está uma moça que tem alguma falta de experiência e, por ser brasileira, desconhece algumas expressões do português de Portugal.

Hoje de manhã, a dita moça pediu ao colega «uma viana com queijo e um galã».

Como o George Clooney não estava disponível, o colega lá lhe tirou um galão e a coisa resolveu-se.

terça-feira, julho 11, 2006

Charrado

Segundo uma notícia do Portugal Diário, «os videojogos viciam como cannabis».

Pronto, sou um charrado! Vai uma passa de GTA ou uns bafos de NFSU?

Notícia
aqui.

segunda-feira, julho 10, 2006

Marrada = Prémio v2

Zidane abriu, à marrada, o caminho para Melhor Jogador do Mundial.

Marrada = Prémio

Cristiano Ronaldo “perdeu” o prémio de Melhor Jogar Jovem do Mundial de Futebol 2006 para Lukas Podolsky. Razão? Segundo a FIFA foi por mostrar alguma indisciplina e ter atitudes menos correctas dentro de campo, como as constantes simulações e a contestação das medidas tomadas pelo árbitro.

Zinedine Zidane, na final da competição, e qual touro enfurecido, deu uma valente marrada nesse gladiador que é o Materazzi. Como ouvi hoje de manhã: «se o Zidane tivesse cornos, furava-o». Além disso, ganhou também o prémio de Melhor Jogador do Mundial.

Moral da história: quem marra, ganha; quem lamenta, perde.

terça-feira, julho 04, 2006

Maxi trintão


Descobri que o Super Maxi tem a minha idade. Um gelado durar 30 anos é obra (se fosse sempre o mesmo, então era ainda mais fantástico). Lembro-me que há uns tempos atrás tentaram fazê-los de vários sabores. Não resultou. Isto só prova que as coisas simples são mais eficazes. O simples é feito para durar. O complexo perde-se pelo caminho.

domingo, julho 02, 2006

Hrvatska

Longo período de ausência das lides blogueiras. Razão? Fomos de férias para a Hrvatska, ou Croácia em português de Portugal. Se tiverem pachorra para saber o que vimos e nos aconteceu, leiam. Se não tiverem, não liguem ao extenso post. As fotografias é que não "posto", mas se as quiserem ver, é só pedir que eu mostro em mãos :)

4ª-feira * 21-06-2006

Chegámos ao aeroporto às 6h20 para o check-in. Tivemos logo a desagradável surpresa de que o voo estava atrasado 45 minutos. Toca então a tomar o pequeno-almoço no café do aeroporto (a gastar tantos € como os que gasto por vezes ao almoço). Fumados uns dois cigarros, e depois de comprado o jornal, fomos às 7h40 para a porta de embarque. Ao passar o detector de metais, ela ficou retida. Levava uma miniatura de canivete com 5 cm de comprimento e revistaram-lhe a bagagem de mão. Lá deixaram passar. Chegados ao controle de passaportes foi a minha vez de ficar retido. O tipo espreitou o BI e o cartão de embarque e saiu. Eu fiquei ali à espera… Passados uns cinco minutos, que ele deve ter passado na casa-de-banho, lá chegou e devolveu-me os documentos. Entrámos para o avião e, enquanto esperávamos para uma vaga na pista, tivemos que escutar “música” ambiente, como aquelas tretas das Pan Pipes e, surpresa, música instrumental dos Delfins (arrrgh!). Agora escrevo de Bolonha, onde o voo fez escala para sair malta. Quando saímos de Lisboa o avião estava cheio. Agora, somos apenas cerca de 20 pessoas com destino a Zagreb.

Continuação…

Agora estou sentado num restaurante em frente à catedral (Kaptol), aconselhado pelo guia comprado em Portugal. Devo provar um Pohani Sir, que é nada mais que queijo frito, panado, e que já tinha provado (e gostado) na República Checa.

Quando chegámos a Zagreb tivemos um choque. Um choque de temperatura. Está muito abafado e muito calor. O aeroporto de Zagreb é muito “rústico”, para não aplicar a palavra “decadente”. Apanhámos o autocarro e chegámos ao terminal em Zagreb. Depois de andarmos um bom bocado a carregar com as malas, chegámos à Pousada da Juventude. Rapariga da recepção foi simpática, o quarto é de meter medo. O poliban então, nem uma cortinazita tinha… Não aconselho. Depois de deixadas as coisas, fomos visitar o centro da cidade, que é perto.

Demos com uma rua muito agradável, com muitos cafés e esplanadas onde a malta está em amena cavaqueira. Fomos a uma padaria comprar algo para comer e sentámos a beber num café, vendo também a segunda parte do Portugal-México. Vamos ver como corre amanhã…

5ª-feira * 22-06-2006

Escrevo de Poreč. O jantar ontem em Zagreb correu bem e o Pohani Sir estava muito bom. À noite fomos ouvir um pouco de música. Como era véspera de feriado, a orquestra de Zagreb dava um concerto gratuito na praça. Já cansados, fomos deitar. De manhã acordámos, fizemos o check-out da Pousada, mas deixamos lá as nossas malas, numa sala própria («it’s your responsability», dizia o tipo da recepção com um ar meio intimidante). Demos uma pequena volta no centro, e fomos buscar as nossas malas. Toca de fazer o caminho de volta para o aeroporto. Como é feriado, o único sítio onde poderíamos ir buscar o carro que alugamos era no aeroporto. Lá chegámos e pegámos na viatura em direcção a Rijeka, com o intuito de virmos para Poreč.

A viagem correu bem, com uma paragem numa estação de serviço para comer, de forma a não perdermos a “embalagem”. Uma coisa boa: como isto fica relativamente perto de Itália (é já do outro lado do Adriático), é fácil encontrar o belo do café para beber a seguir à refeição. É só mandar vir um Kava Espresso. Ao passarmos ao lado de Rijeka, ficamos com uma impressão pavorosa da cidade, com prédios todos iguais, alguns com cerca de 30 andares. Chegados a Poreč, estacionamos o carro um pouco afastado do centro e fomos procurar onde dormir. Não está tanto calor, mas ainda assim é uma brasa. Ontem, por exemplo, estavam cerca de 38º em Zagreb. A cidade é mais do nosso género, com ruas típicas, muito comércio, e uma arquitectura que lembra Veneza. Nós até pensámos lá ir, mas a viagem de barco custa “só” cerca de 50 contos, ida e volta para duas pessoas. Fica para outra altura.

Arranjámos um quarto porreirito, tomámos banho e saímos. Acábamos a jantar em mais um restaurante aconselhado pelo guia comprado em Portugal (custou 20€, mas foi um bom investimento). Comemos pizza no Nono (bem boa) e bebemos umas cervejas (por acaso só bebi uma, mas era de 0,5l…). Depois, mais uma volta. Como a Croácia ía jogar com a Austrália para o Mundial, as ruas andavam bastante animadas. Só se via gente com a camisola da Selecção. Afinal, eles empataram 2-2 e foram afastados da fase seguinte, senão era festa a noite toda. Mais uma volta e sentámo-nos na praça central a ouvir um grupo a cantar à capella. De seguida, já cansámos, viemos para o quarto, de onde escrevo. Amanhã logo se vê…

6ª-feira * 23-06-2006

Acordei em Poreč cheio de picadas de melgas. Depois de arrumadas as tralhas, comprámos qualquer coisa para comer e beber num supermercado e tomámos o pequeno-almoço na praça. Pegámos no carro e fomos a caminho de Rovinij. Aí parámos e demos uma pequena volta. Muito bonita a parte velha. Comprámos algo para comer e fomos caminho de Pula, na tentativa de encontrar uma praia. Depois de pedidas as indicações lá encontrámos uma, só que era dentro de um parque de campismo. Mas era um parque como deve ser: ordenado, espaçoso e com piscina. Tomámos uma banhoca (eu só até ao joelho) e descansámos um pouco.

Próxima paragem: Pula. Uma desilusão. O anfiteatro romano é muito bonito, mas tudo o resto é muito industrial e citadino. Ainda procurámos onde ficar na noite, mas o interesse não era nenhum. Decidimos ver preços nuns hotéis mais à frente, com praias, mas eram um pouco proibitivos. Pensámos então em saltar uma etapa no nosso plano e ir logo para a ilha de Krk. Se era para pagar bem, que fosse num sítio onde pensávamos ser mais bonito. O caminho ainda era longo, mas fizemo-nos à estrada.

Fomos pela costa que também é muito bonita, mas demorámos uma eternidade a lá chegar, porque só apanhámos roullotes à nossa frente, indo muito devagar e sem hipótese de ultrapassar. Lá tivemos que passar novamente por Rijeka, mas desta vez pelo centro e não ao largo. Confirmámos o que tínhamos percebido: velha, decadente e feia. Comemos aí qualquer coisa numa pizaria (uma fatia de pizza para cada um. Eram gigantes…). Metemo-nos ao caminho e chegámos a cidade de Krk, na ilha de Krk… Está a revelar-se uma bela surpresa. Conseguimos arranjar hotel (aconselhado pelo guia), na Marina e com vista para o límpido Adriático. Devemos ficar aqui umas duas noites para descansar e aproveitar um pouco de praia. Depois de deixarmos as coisas no hotel, demos uma volta e bebemos um copo. Estamos tão cansados da viagem que voltámos ao hotel, de onde escrevo, e vamos dormir. Amanhã logo se vê…

Sábado * 24-06-2006

O dia de hoje serviu para descansar. Continuamos em Krk. Resolvemos ficar no mesmo hotel durante mais uma noite. Um pouco mais caro, mas merecemos algumas mordomias. De manhã acordámos tarde e depois do pequeno-almoço fomos para a praia, ou melhor, para a beira-mar, uma vez que não existe por aqui a areia característica das nossas praias. Depois almoçámos e… sesta. Uma vez que ficámos por aqui mais tempo resolvemos aproveitar o hotel para descansar um pouco, que é algo que não tivemos nem devemos ter nos próximos dias. À tarde, mais praia, com banho em 3 sítios diferentes. Depois banhito no hotel, saída para jantar (pizza, que é o mais barato, mas também muito boa), e compra de algumas lembranças. Agora voltámos ao hotel. Devemos ir dormir. Amanhã logo se vê…

Domingo * 25-06-2006

Escrevo já no dia 26 porque ontem quando me preparava para começar a escrever, as luzes começaram a atrair melgas. Na manhã continuámos em Krk. Ainda fomos à praia de manhã, depois fizemos o check-out do hotel e partimos com o intuito de chegar a Zadar. Fizemos a estrada junto à costa, cheia de curvas e contra-curvas, tendo abismos ali já ao lado. A paisagem é uma mistura de calhaus e árvores. Ao largo vêem-se sempre ilhas, que por sua vez aparentam ser bastante áridas.

Parámos em Senj para almoçar. De seguida, mais estrada. Foi o pior pedaço, porque estava em obras. Durante 31 Kms foi um martírio. Finalmente chegados à auto-estrada, foi um instante até Zadar. Depois de alguma confusão em ir de carro para o centro, lá conseguimos parar e partimos à procura do Posto de Turismo para encontrarmos sítio onde ficar. Como era domingo, e não nos lembrámos, estava fechado. Além do mais, não vimos indicações de sítios onde ficar no centro. A solução foi ir para fora procurar um quarto. Arranjámos um sítio com uns velhotes que só arranhavam alemão e italiano. Lá arranhámos italiano e conseguimos o quarto. De seguida, depois do banho, pegámos no carro para ir para o centro tirar fotos enquanto havia luz. De seguida, fomos fazer tempo até dar o jogo de Portugal - Holanda.

Sentámo-nos na esplanada com a televisão mesmo à nossa frente. Ela foi a única a gritar golo de Portugal. Eu limitei-me a levantar os braços. Por aqui sofremos muito. Como terá sido em Portugal? Ao assistir ao jogo dissemos asneiras em alto e bom som. Afinal, ninguém nos percebia. Finda a partida, voltámos ao quarto e, apesar das melgas, conseguimos dormir.

2ª-feira * 26-06-2006

Acordámos, tomámos banho e vestimo-nos para ir para a praia (que não tem areia, mas muito cascalho). Ao pagarmos o quarto, os velhotes perguntam-nos se vimos o jogo de Portugal (ele já sabia que éramos portugueses). Eles tinham torcido por nós, contra a agressividade dos holandeses. Ainda deu para perceber que a senhora ficou toda triste com a porrada que deram logo de início ao Cristiano. Despedimo-nos e agora estamos na praia a decidir o que fazer e para onde ir. É que segundo o nosso plano, nem deveríamos estar por aqui, mas como somos “papa-quilómetros”, viemos bem mais para baixo. A distância para Zagreb aumenta e a partida é já na 4ª.

Resolvemos depois seguir ainda mais para sul, rumo a Šibenik. Ao chegarmos verificámos que está um calor tremendo: 36º C. Não admira que não nos apeteça andar a percorrer as ruas. Parámos o carro, fomos almoçar e ao Posto de Turismo para arranjar lugar para dormir. Ficámos num quarto no meio do que parecia ser um bairro clandestino, com um aspecto nada aconselhável. No entanto, tinha uma óptima vista. O carro deixámos num parque que custa 10 kuna por dia, em vez das tradicionais 5 kuna por hora (cada euro dá por volta de 7 kunas).

Descansámos um pouco e por volta das 17 h fomos para Vodice fazer um pouco de praia, uma vez que só a essa hora o sol era suportável. Depois, seguimos para a marina da vila onde jantámos (ela comeu tubarão!?) e comprámos lembranças. A vida nocturna é bastante agradável. De seguida, pegámos no carro e voltámos a Šibenik (cerca de 11 km). Estacionado o carro no belo do parque baratucho, iniciámos o caminho (a subir) para o quarto. Ruas escuras, esconsas e com um aspecto nada aconselhável. Onde nos fomos meter! Mas chegámos. Agora dormir. Amanhã logo se vê…

3ª-feira * 27-06-2006

De manhã acordámos já com muito calor. Depois do pequeno-almoço (bolos e sumo comprados ontem), seguimos para o carro e partimos em direcção ao Parque Nacional de Krka. Chegados lá tínhamos 3 hipóteses: esperar pelas 16h para fazer um tour de barco durante 2 horas; esperar pelas 12h para fazer um tour de 4 horas; ou iniciar um passeio a pé que duraria cerca de 1 hora. Optámos por esta última, porque além de ser mais barato (não se paga), não perdíamos tempo à espera. O parque é muito giro. No percurso andamos por alguns passadiços de madeira por cima do rio e pequenos afluentes. Só se vêem peixes e libélulas azuis. Vêem-se também algumas pequenas quedas de água, bem como uma maior onde as pessoas podem tomar banho. Com o calor que estava, bem me arrependi de não ter vestido o fato-de-banho. Depois de visto, fomos apanhar a camioneta para voltar à entrada do parque. É que o parque fica bem lá em baixo, enquanto que a entrada é bem lá em cima.

Almoçámos no café à entrada e fizemo-nos à auto-estrada em direcção a Zagreb. Resolvemos que não voltaríamos à capital, e então decidimos ir para uma localidade próxima: Samobor. Mais de 300 kms depois, chegámos. Isto é bem simpático. No centro, esplanadas e um pequeno rio. A mulher do Posto de Turismo deu-nos a indicação de um hotel. Fomos ver e o preço é bastante mais barato do que hotéis semelhantes que vimos pela costa. Além disso, tem um parque para deixarmos o carro, o que nos deixa bastante mais descansados. Depois de refrescarmos com um banho, fomos beber uma cerveja. Jantámos de seguida uma óptima comida. O chato eram os tipos que estavam por trás de nós a beber vinho. É que davam peidos a torto e a direito...

De seguida, bebi um capuccino na esplanada e fomos para o quarto. Escrevo daí enquanto ela vê as fotos que tirámos. Daqui a pouco vamos dormir. Amanhã temos que estar, o mais tardar, às 12h no aeroporto para entregar o carro. Como estamos a pouco mais de 20 km, não devemos demorar. Logo vemos como corre…

Ps – Quando chegámos ao hotel, reparei que atrás da recepção estava um calhau enorme, assente numa base, onde se via a palavra “Portugal” e mais umas coisas escritas. Estilo um prémio. Perguntei ao homem o que era. O hotel disponibilizou (ou alugou, não percebi bem), uma camioneta a um grupo de folclore da Croácia para eles irem actuar a Portugal. Uma noite, já no nosso país, assaltaram-lhes a camioneta e roubaram-lhes uma data de coisas. Método de assalto? Atirar um calhau para partir o vidro. E é esse calhau que ali estava a servir de recordação. Confesso que ficámos um pouco envergonhados com a situação.

4ª-feira * 28-06-2006

Dia da partida. Não há muito a dizer. Acordámos cedo, tomámos o pequeno-almoço e descansámos um pouco (ainda faltava até partirmos). Fizemos check-out e arrumámos a mala do carro, por onde estava espalhada a roupa. Metemo-nos ao caminho e tivemos algumas dificuldades em encontrar a direcção para o aeroporto. Parámos numa bomba e pedimos indicações. O tipo lá explicou num inglês macarrónico, mas deu para perceber. À minha frente para pagar estava um velho croata com uma fita ao pescoço, onde tinha as chaves. A fita dizia Portugal. A pátria persegue-nos. Lembro-me de em Krk ver um tipo croata com uma t-shirt de Portugal vestida, e de ver t-shirts daquelas à venda em Vodice.

Chegámos ao aeroporto, entregámos o carro e gastámos as últimas kuna. Comprei uma Newsweek. Em baixo, no expositor, estava a caderneta deles dos cromos do Mundial. Tinha as caricaturas de 4 jogadores na capa: um croata qualquer; o Kahn; o Ronaldinho; e o nosso Figo. Eu não digo que Portugal nos persegue? Fizemos o check-in e estamos à espera para embarcar. Ainda passamos por Bolonha, mas o destino final é Lisboa. A casa espera-nos. Mais de 1200 km a conduzir. Vimos muita coisa. Valeu bem a pena. Foi bom. Foi muito bom.