É raro, mas acontece: por vezes a Academia de Hollywood premeia os reais vencedores do ano. Desta vez, o filme “Crash” de Paul Haggis ganhou o galardão de “Melhor Filme”. Não vi nenhum dos outros filmes nomeados e, no entanto, posso dizer que foi mais do que merecido.
Apesar do filme já estar disponível em DVD, não me admirava que fosse retomada a projecção nas salas de cinema nacionais. É que a película passou despercebida à grande maioria do público português, tornando-se quase num segredo que era passado entre amigos: «vai ver o “Crash”. Sim, tem o mesmo nome que aquele outro filme de há uns anos, mas não tem nada a ver com quecas e acidentes de automóvel». Agora, com esta distinção, o segredo tornou-se público. Ainda bem. É um filme que merece ser visto, especialmente por aqueles que dizem «eu não sou racista», não suspeitando que a simples afirmação de tal frase os torna no que eles negam.
Por vezes Hollywood tem destas coisas e as grandes campanhas de influência, ou marketing, como lhe quiserem chamar, não resultam. Por vezes ganham mesmo os melhores. Por vezes ganham os filmes que retratam o aqui e agora. Por vezes esbarramos com um filme e ficamos a pensar durante dias. Por vezes dá-se esta colisão.
segunda-feira, março 06, 2006
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