segunda-feira, junho 19, 2006

Cachecolito

Não tenho um cachecol de Portugal. Tenho um do Benfica, oferecido pelo meu pai, outro da Sagres que diz «Força Selecção 2004», e por sinal também oferecido pelo meu pai. Mas de Portugal, nicles. Um destes dias o Diário de Notícias anunciava que na sua edição de domingo iria oferecer um cachecol. Parecia que essa minha lacuna de bom português iria ser colmatada e, finalmente, iria apoiar a Selecção Nacional trajado a rigor.

Chega o dia da oferta e lá vou eu comprar o jornal, como aliás faço todos os dias. Quando a mulher me deu o “cachecol” nem refilei, tal era o meu estado de aparvalhamento. O dito “cachecol” tem umas medidas nada generosas: cerca de 4 dedos de altura e uns 3 palmos de comprimento. É tão pequeno que encaixa melhor na categoria de lenços de bolso que na dos cachecóis. Além do mais, tem escrito a bela da frase «Alandra, este vinho sabe a Portugal». Não sei se o pior é o “cachecol” ou a frase. Nem para crianças de 3 anos serve. Ainda experimentei atá-lo à cabeça, mas nem para isso dá (sou um pouco cabeçudo). Além do mais, pareço o Rambo da Buraca.

Concluindo: continuo a comprar o jornal, mas isso já o fazia todos os dias. Agora, em relação ao vinho é coisa que nunca hei-de provar. Na volta, para encaixarem na ideia que transmite o «este vinho sabe a Portugal», ainda me sai vinho a martelo. Obrigadinho, mas passo. E, já agora, apoio Portugal com a célebre bandeira dos fogareiros. Mas isso será um outro post…

segunda-feira, junho 05, 2006

Somos os maiores!

Com estas histórias da "Maior Bandeira do Mundo", da "Maior Camisola da Selecção", da "Maior Bicicleta do Mundo", do "Maior Isto" ou "Maior Aquilo" que pululam por todo o Portugal, cheguei a uma conclusão:

Com esta obsessão de sermos os maiores, revelamos o quão pequenos somos.

quinta-feira, junho 01, 2006

Insuflar

Uma colega saiu-se com a frase: «nós não insuflamos os preços». Ela queria dizer «nós não inflacionamos os preços», mas saiu-lhe o insuflar. E saiu-lhe com convicção, ou seja, ela não se enganou.

É um perigo usar mal determinadas palavras. Aposto que essa minha colega dirá coisas como «quando morrer quero ser cromada», «a humidade faz a força» e «o povo é quem mais ordenha».