Não tenho um cachecol de Portugal. Tenho um do Benfica, oferecido pelo meu pai, outro da Sagres que diz «Força Selecção 2004», e por sinal também oferecido pelo meu pai. Mas de Portugal, nicles. Um destes dias o Diário de Notícias anunciava que na sua edição de domingo iria oferecer um cachecol. Parecia que essa minha lacuna de bom português iria ser colmatada e, finalmente, iria apoiar a Selecção Nacional trajado a rigor.
Chega o dia da oferta e lá vou eu comprar o jornal, como aliás faço todos os dias. Quando a mulher me deu o “cachecol” nem refilei, tal era o meu estado de aparvalhamento. O dito “cachecol” tem umas medidas nada generosas: cerca de 4 dedos de altura e uns 3 palmos de comprimento. É tão pequeno que encaixa melhor na categoria de lenços de bolso que na dos cachecóis. Além do mais, tem escrito a bela da frase «Alandra, este vinho sabe a Portugal». Não sei se o pior é o “cachecol” ou a frase. Nem para crianças de 3 anos serve. Ainda experimentei atá-lo à cabeça, mas nem para isso dá (sou um pouco cabeçudo). Além do mais, pareço o Rambo da Buraca.
Concluindo: continuo a comprar o jornal, mas isso já o fazia todos os dias. Agora, em relação ao vinho é coisa que nunca hei-de provar. Na volta, para encaixarem na ideia que transmite o «este vinho sabe a Portugal», ainda me sai vinho a martelo. Obrigadinho, mas passo. E, já agora, apoio Portugal com a célebre bandeira dos fogareiros. Mas isso será um outro post…