sexta-feira, fevereiro 17, 2006

O pica

O revisor da CP, mais conhecido como “pica”, é um personagem do caraças. Gosto até de pensar que eles são os psicólogos dos caminhos de ferro, ou seja, tal como os “sôres dotores”, vêem se está tudo bem connosco (se temos bilhete) para prosseguirmos com a nossa vida (seguirmos viagem).

Cada vez que um desses picas verifica se temos passe ou o bilhete em ordem, diz qualquer coisa. O mais normal é o «obrigado», se bem que muitas vezes limitam-se a emitir um grunhido.

No outro dia um deles saiu-se com uma nova. Estava eu com o passe na mão, o qual ele verificou, e emite um «deixe estar». Deixo estar? Mas deixo estar o quê? Não é preciso mostrar-lhe? De certeza que se não o fizesse o tipo obrigava-me a acenar-lhe com o passe. Mas depois diria o tal de «deixe estar», o que iria provocar uma confusão tremenda porque depois perguntava-lhe eu «se era para deixar estar, porque é que me pediu?». Enfim, para evitar situações destas, amigo pica, é favor mudar para o clássico grunhido. É bem mais normal.

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